terça-feira, 4 de dezembro de 2012

200 mil trabalhadores domésticos deixam o mercado em 10 anos, diz IBGE


Com as mulheres mais escolarizadas e a maior oferta de trabalho no setor de serviços, o número de pessoas ocupadas em trabalhos domésticos (atividade que concentra muito mais mulheres) caiu de 6,2 milhões em 2001 para 6 milhões em 2011. Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais, do IBGE, divulgados nesta quarta-feira (28).

A redução, diz o IBGE, foi mais forte entre as domésticas sem carteira assinada --de 13,2% das trabalhadores em geral em 2001 para 10,9% em 2011.

Segundo o IBGE, a menor oferta de empregadas domésticas fez aumentar a remuneração da categoria. Com o custo maior desse serviço e a dificuldade em contratar uma empregada, as mulheres passaram a dedicar mais horas de sua rotina diária a afazeres domésticos, de acordo com o instituto.

De 2006 para 2011, o tempo total dedicado pelas mulheres a afazeres domésticos subiu de 26,4 horas por semana para 27,7 horas --o número era, porém, maior em 2001 (30,9 horas). Em 2011, as mulheres gastavam 2,5 vezes mais tempo em tarefas do lar do que os homens (11,2 horas). Somada a jornada chamada produtiva ao tempo semanal gasto com o trabalho doméstico, as mulheres gastavam 6 horas a mais por semana do que os homens com os dois tipos de ocupação.

TRABALHO E FILHOS
Colocar os filhos na creche abre espaço para as mulheres se inserirem no mercado de trabalho. A taxa de ocupação (percentual de pessoas empregadas em relação ao total de pessoas com mais de 16 anos) das mulheres com filhos de 0 a 3 anos na escola era de 71,7% em 2011. Para as que tinham filhos nessa faixa etária não matriculados, o percentual recuava para 43,9%.

DESLOCAMENTO
Embora a maior parte dos trabalhadores gaste menos de 30 minutos para chegar ao trabalho (deslocamento considerado como rápido), cresceu o percentual de pessoas que demanda tempo superior a esse entra a casa e o emprego. De 2001 a 2011, o tempo maior do que meia hora subiu de 7% para 35,2% entre os homens e aumentou de 27,9% para 32,6% entre as mulheres. Ou seja, os homens levam mais tempo em seu trajeto ao trabalho.
O mesmo ocorre entre as pessoas de cor preta ou parda, cujo tempo superior a 30 minutos atingia a 36,6% dessa população --mais do que os 31,8% dos brancos.

Fonte: Folha.com