quinta-feira, 16 de agosto de 2012

8º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero


Iniciativa vai selecionar redações, artigos científicos e experiências inovadoras de escolas públicas e privadas voltadas à promoção da igualdade entre homens e mulheres. Inscrições poderão ser feitas pelo portalwww.igualdadedegenero.cnpq.br até 17 de setembro 
Apoiadora do programa Mulher e Ciência e do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero, a apresentadora de TV Maria Paula está colaborando para a divulgação da oitava edição do concurso de redações, artigos científicos e experiências inovadoras de escolas públicas e privadas. Em vídeo que começou a ser veiculado na internet, nesta quinta-feira (16/08), a artista faz um panorama dos avanços conquistados pelas mulheres brasileiras e incentiva a participação de estudantes, escolas e pessoas interessadas em geral no 8º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero, cujo período de inscrição se encerrará em 17 de setembro.
Podem participar do concurso estudantes do ensino médio, graduação, mestrado e doutorado; graduadas e graduados; especialistas; mestras e mestres. As premiações destinadas a essas categorias são computadores e equipamentos de informática (para estudante de ensino médio), bolsas de iniciação científica (para ensino médio e superior), bolsa de mestrado e doutorado, além de valor em dinheiro para as três modalidades de participação do ensino superior: estudante de graduação; graduada e graduado, especialista e estudante de mestrado; mestra e mestre; e estudante de doutorado. Ao todo, as três categorias irão receber R$ 46 mil.
Também podem participar escolas públicas e privadas de ensino médio, que realizem projetos e ações pedagógicas para a promoção da igualdade entre homens e mulheres, nas suas interseções com o enfrentamento à discriminação racial, étnica e de orientação sexual. Será premiada uma escola por unidade da federação, que receberá a quantia de R$ 10 mil. Professoras e professores orientadores e as escolas que tiverem estudantes premiados receberão assinatura anual da Revista de Estudos Feministas e do Cadernos Pagu. Não serão aceitos planos de trabalho, projetos de pesquisa e trabalhos incompletos, com resultados parciais.
Somente para a categoria "Estudante do Ensino Médio" as inscrições devem ser efetuadas preferencialmente por meio eletrônico no endereçowww.igualdadedegenero.cnpq.br, mas também podem ser feitas por meio do envio de correspondência para:
Secretaria de Políticas para as Mulheres - SPM/PR - 8º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
Via N1 Leste, s/nº, Pavilhão das Metas - Praça dos Três Poderes
Zona Cívico-Administrativa - Brasília - DF
CEP 70.150-908
Incentivo na área de educação - O Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero é uma realização da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), do Ministério da Educação (MEC) e da ONU Mulheres - Entidade das Nações Unidas para o Empoderamento das Mulheres e a Igualdade de Gênero. A iniciativa faz parte do Programa Mulher e Ciência, da SPM.
O Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero tem como objetivo estimular a produção científica e a reflexão crítica acerca das desigualdades existentes entre homens e mulheres. Na sétima edição, foram recebidas 3.965 inscrições, sendo 203 da categoria Estudante de Graduação; 218 da categoria Graduado, Especialista e Estudante de Mestrado; 122 da categoria Mestre e Estudante de Doutorado; 3.376 da categoria Estudante do Ensino Médio, e 46 da categoria Escola Promotora da Igualdade de Gênero. Ao longo das sete edições, o concurso teve a participação de 20 mil pessoas.
8º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero
Inscrições: até 17 de setembro de 2012
Mais informaçõeswww.igualdadedegenero.cnpq.br
Fonte: Comunicação Social
Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM
Presidência da República – PR
 

"As mulheres aspiram ao ouro, mas a igualdade de gênero continua a ser um desafio", diz Michelle Bachelet, Diretora-executiva da ONU Mulheres


Chamados de Os Jogos das Mulheres, as Olimpíadas de Londres estabeleceram um novo recorde de participação, realizações e representação universal das mulheres. Nesta edição dos Jogos, 45 por cento dos 10.500 participantes eram mulheres, enquanto em Pequim foram 42 por cento e apenas 25 por cento em Barcelona, em 1992, onde havia 34 equipes sem nenhuma integrante do sexo feminino.

Pela primeira vez, as mulheres competiram em todas as disciplinas e os 204 países participantes contaram com atletas mulheres em suas equipes, incluindo, pela primeira vez, Arábia Saudita, Catar e Brunei. O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, disse que este "foi um grande impulso para a igualdade de gênero”. E certamente foi.

No entanto, enquanto em Londres se bateram recordes por e para as mulheres, o recorde da desigualdade de gênero se mantém, e requer medidas urgentes para acabar com práticas discriminatórias. Este não é apenas um assunto que diz respeito às mulheres, mas trata de valores humanos básicos e do espírito e dos ideais dos Jogos Olímpicos. O compromisso do Comitê Olímpico e a garantia dos direitos das mulheres e da igualdade de gênero durante os Jogos de Londres são um impulso para mais progressos nos próximos Jogos em 2016.

A estréia do boxe feminino na Olimpíada trouxe à tona alguns dos desafios que as mulheres ainda enfrentam em relação à forma de se vestir, à percepção e aos estereótipos de gênero. Apesar de provarem que eram capazes de boxear, houve uma tentativa inicial de forçar as atletas a usarem saias para ajudar os telespectadores a identificá-las e diferenciá-las dos homens. A disputa das saias causou indignacão em todo o mundo. A Associação Mundial de Boxe decidiu permitir que as mulheres escolhessem suas vestimentas, colocando assim um ponto final na polêmica.

Outro revés que sofreu a igualdade de gênero nos Jogos foi a discriminação no transporte aéreo. Li na imprensa que o Japão mandou sua equipe masculina de futebol na primeira classe, enquanto a feminina – que chegou à final, ficando com a prata – viajou em classe turista. A imprensa também mencionou que as equipes masculinas de basquete e futebol da Austrália viajaram na primeira classe, enquanto as femininas viajaram em classe econômica, embora as mulheres tenham conquistado mais medalhas do que os homens. Japão e Austrália estão agora revendo suas políticas relacionadas com a viagem de seus atletas.

Para além de estereótipos e da discriminação de gênero, outra questão que os meios de comunicação destacaram foi um caso de abuso e exploração sexual. A atleta de judô dos EUA Kayla Harrison é agora uma fonte de inspiração, não só por sua excelência olímpica, mas também por ter superado o abuso sexual que sofreu nas mãos de seu primeiro treinador, quando tinha 13 anos.

Kayla sofreu em silêncio por três longos anos, porque o treinador lhe disse que deviam manter sua relação em segredo para que não houvesse problemas. Lutando contra a depressão e até mesmo contra pensamentos suicidas, a atleta chegou a um ponto em que não pode mais aguentar. Ela contou o problema a uma amiga, que contou à mãe, que chamou a polícia. Daniel Doyle admitiu sua culpa e foi sentenciado a dez anos de prisão. Kayla se preparou com um novo treinador e ganhou a medalha de ouro.

O poder que o esporte tem em contribuir para o empoderamento de mulheres e meninas é inegável. A participação esportiva permite que elas treinem para se superarem, aumentando suas capacidades e autoconfiança, numa influência benéfica que pode acompanhá-las por toda a vida. No entanto, a desigualdade persiste e priva as mulheres de atingir seu pleno potencial.

Um estudo realizado na Grã-Bretanha constatou que apenas 0,5 por cento de todo o patrocínio comercial esportivo vai para esportes femininos, enquanto 61 por cento vai para o masculino, embora as mulheres estejam conquistando cada vez mais torcedores e parcelas maiores de público. O mesmo estudo destaca que os esportes femininos recebem apenas 5 por cento de cobertura midiática e que 43 por cento das adolescentes diz não ter modelos femininos de conduta.

O sexismo nos esportes também se reflete na diferença salarial, na cobertura da mídia – que se concentra mais na aparência do que no desempenho, na falta de acesso equitativo a instalações e equipamentos esportivos, no tempo de treinamento e disponibilidade de treinadores, nas competições, no financiamento, e na escassa representação e liderança feminina nas instituições esportivas.

As ativistas pediram ao Comitê Olímpico Internacional que cumpra a meta estabelecida em 1996, de que as mulheres ocupem 20 por cento dos postos nos conselhos diretivos dos 204 comitês olímpicos nacionais e das 35 federações esportivas filiadas. Atualmente, apenas 10 por cento desses cargos são ocupados por mulheres. Esperamos que mais mulheres ocupem postos diretivos lado a lado com os homens em um futuro próximo, atingindo e até ultrapassando a meta estabelecida de 20 por cento.

A excelente cobertura feita por alguns jornalistas sobre estas questões, assim como o desempenho e a determinação das mulheres atletas presentes em Londres, aumentou a conscientização e as esperanças em todo o mundo. A primeira mulher saudita em participar das Olimpíadas, a competidora de judô Wodjan Ali Seraj Shahrkhani Abdulrahim, declarou: "Não tenho dúvidas de que a minha participação nestes Jogos pode aumentar a participação das mulheres em todos os esportes." Eu gostaria de acrescentar que a participação dela, apesar de não ter resultado em uma medalha olímpica, foi uma vitória para a Arábia Saudita.

Durante as Olimpíadas de Londres as mulheres quebraram muitas barreiras. Agora elas precisam e merecem que lhes seja outorgada a igualdade de condições. Como afirmou o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, na abertura dos Jogos, o jogo limpo e a digidade para todos são ideais compartilhados pelo Comitê Olímpico Internacional e pelas Nações Unidas. Para fazer com esses ideiais avancem, a ONU Mulheres está unindo forças com o COI para promover a igualdade de género e o empoderamento das mulheres no mundo dos esportes e das sociedades em todo o mundo.
Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e atual Diretora-executiva da ONU Mulheres

Fonte: UNIFEM