A proposta de um Colóquio sobre a luta contra a pobreza insere-se, naturalmente, na tradição de pesquisa dos Organizadores e dos dispositivos científicos que eles animam em torno dos obstáculos que se opõem ao desenvolvimento social, das situações de pobreza e da exclusão social que daí resultam e das políticas e forças sociais orientadas para combatê-las. Sensíveis a todas as oportunidades de balanço e de mobilização de meios susceptíveis de promover a justiça social e a dignidade dos indivíduos e das comunidades na quais eles se inserem, associamo-nos de bom grado ao Ano Europeu da Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social que decorre durante este ano de 2010. Para lá, no entanto, do horizonte europeu e conscientes dos efeitos solidários e do interesse da comparação transnacional, gostaríamos de participar no esforço de reflexão que é feito sobre as novas orientações das políticas sociais no Brasil e na América Latina.
Num primeiro plano, procuramos reunir informação e construir conhecimento, por um lado, sobre as orientações e medidas de luta contra a pobreza, sobre os sentidos e metodologias dos investimentos consentidos pelos diferentes sectores, níveis territoriais e atores profissionais e, por outro lado, sobre os modos pelos quais as populações alvo das medidas se as apropriam e sobre os efeitos sociais diferenciados que esses modos de apropriação produzem.
Parece-nos, num segundo plano, que as motivações e os sentidos das medidas e dos instrumentos de intervenção, assim bem como as metodologias que permitem a sua implementação, não são fixados uma vez por todas no momento do ato legislativo, mas que, pelo contrário, essas motivações, sentidos e metodologias vão ter de ser reformulados, retraduzidos, atualizados… de acordo com as lógicas de intervenção dos diferentes níveis de ação e através dos diferentes atores e interesses que vão ser necessários para concretizar os programas e medidas de intervenção social. As tensões que se manifestam ao longo da aplicação de uma medida de intervenção podem ser percebidas considerando, por exemplo, os níveis e estatutos dos profissionais que as aplicam – desde a sua concepção até à própria produção do serviço; os diferentes níveis de territorialidade mobilizados; as categorias profissionais que nela participam; as representações das situações ou as ideologias específicas dos profissionais, até as diferenças que existem entre as lógicas da oferta das medidas e as lógicas da sua apropriação pelas populações alvo.
No que respeita, particularmente, a diferença entre a lógica da oferta e a lógica da apropriação das medidas, propomos valorizar a tensão susceptível de se produzir entre, duas forças. Por um lado, a preocupação e a necessidade que as instâncias de intervenção têm de formatar os comportamentos e as expectativas dos pobres (para os levar a construir modos de vida ou atitudes alternativas) ou, no mínimo, para lhes permitir utilizar os recursos propostos de acordo com os modos de apropriação mais valorizados socialmente. Por outro lado, a possibilidade e a necessidade que os pobres têm de, aderindo aos modelos propostos, receberem o reconhecimento social (a diferentes níveis) que transforma o seu estatuto na sociedade. Diferentes desfechos da ação podem constituir-se entre estas duas forças, se considerarmos a possibilidade de, por um lado, a adesão das populações alvo ao controle normativo inerente às medidas poder ser ou não efetivo e de, por outro lado, o reconhecimento social das mudanças dos comportamentos ou das expectativas dos pobres poder ou não ocorrer.
Os desfechos que resultam do cruzamento destas possibilidades sugerem várias possibilidades de dinâmicas da luta contra as situações de pobreza, Estas dinâmicas podem associar-se ao nível de conjunturas de situações e de medidas de intervenção precisas, de acordo com geometrias variáveis. Parece-nos que, para além dos seus efeitos macroeconômicos, o conhecimento destas conjunturas é fundamental para perceber o sentido das medidas e os seus efeitos possíveis sobre as estratégias de vida e os destinos das populações e das comunidades intervencionadas.
A problemática do Colóquio assenta assim na convicção de que as intervenções que visam a luta contra a pobreza produzem sempre uma tensão entre forças de controle social, que tendem a formatar os comportamentos e as expectativas das populações alvo de acordo com os padrões normativos socialmente valorizados e forças de diferenciação que tendem a discriminar as posições sancionando-as com estatutos sociais, recursos e modos de acesso aos recursos diferentes.
Num primeiro plano, procuramos reunir informação e construir conhecimento, por um lado, sobre as orientações e medidas de luta contra a pobreza, sobre os sentidos e metodologias dos investimentos consentidos pelos diferentes sectores, níveis territoriais e atores profissionais e, por outro lado, sobre os modos pelos quais as populações alvo das medidas se as apropriam e sobre os efeitos sociais diferenciados que esses modos de apropriação produzem.
Parece-nos, num segundo plano, que as motivações e os sentidos das medidas e dos instrumentos de intervenção, assim bem como as metodologias que permitem a sua implementação, não são fixados uma vez por todas no momento do ato legislativo, mas que, pelo contrário, essas motivações, sentidos e metodologias vão ter de ser reformulados, retraduzidos, atualizados… de acordo com as lógicas de intervenção dos diferentes níveis de ação e através dos diferentes atores e interesses que vão ser necessários para concretizar os programas e medidas de intervenção social. As tensões que se manifestam ao longo da aplicação de uma medida de intervenção podem ser percebidas considerando, por exemplo, os níveis e estatutos dos profissionais que as aplicam – desde a sua concepção até à própria produção do serviço; os diferentes níveis de territorialidade mobilizados; as categorias profissionais que nela participam; as representações das situações ou as ideologias específicas dos profissionais, até as diferenças que existem entre as lógicas da oferta das medidas e as lógicas da sua apropriação pelas populações alvo.
No que respeita, particularmente, a diferença entre a lógica da oferta e a lógica da apropriação das medidas, propomos valorizar a tensão susceptível de se produzir entre, duas forças. Por um lado, a preocupação e a necessidade que as instâncias de intervenção têm de formatar os comportamentos e as expectativas dos pobres (para os levar a construir modos de vida ou atitudes alternativas) ou, no mínimo, para lhes permitir utilizar os recursos propostos de acordo com os modos de apropriação mais valorizados socialmente. Por outro lado, a possibilidade e a necessidade que os pobres têm de, aderindo aos modelos propostos, receberem o reconhecimento social (a diferentes níveis) que transforma o seu estatuto na sociedade. Diferentes desfechos da ação podem constituir-se entre estas duas forças, se considerarmos a possibilidade de, por um lado, a adesão das populações alvo ao controle normativo inerente às medidas poder ser ou não efetivo e de, por outro lado, o reconhecimento social das mudanças dos comportamentos ou das expectativas dos pobres poder ou não ocorrer.
Os desfechos que resultam do cruzamento destas possibilidades sugerem várias possibilidades de dinâmicas da luta contra as situações de pobreza, Estas dinâmicas podem associar-se ao nível de conjunturas de situações e de medidas de intervenção precisas, de acordo com geometrias variáveis. Parece-nos que, para além dos seus efeitos macroeconômicos, o conhecimento destas conjunturas é fundamental para perceber o sentido das medidas e os seus efeitos possíveis sobre as estratégias de vida e os destinos das populações e das comunidades intervencionadas.
A problemática do Colóquio assenta assim na convicção de que as intervenções que visam a luta contra a pobreza produzem sempre uma tensão entre forças de controle social, que tendem a formatar os comportamentos e as expectativas das populações alvo de acordo com os padrões normativos socialmente valorizados e forças de diferenciação que tendem a discriminar as posições sancionando-as com estatutos sociais, recursos e modos de acesso aos recursos diferentes.
DATA: DE 26 A 28 DE AGOSTO
CAMPUS DA UNIMONTES
MONTES CLAROS-MG
INSCRIÇÃO:
Custos de inscrição
Até o dia 31 de maio, o valor da inscrição será de R$ 70,00. Após o dia 31 de maio, o valor será de R$120,00 para Brasil, América Latina, Àfrica e Ásia. Para os demais (Europa, EUA, Canadá) o valor é de €$50 (cinquenta euros).
Conta Corrente para Depósito
Banco do Brasil, Agência 104-X, conta corrente 65.293-8.
Antes de 31 de maio:
70 reais para os participantes do continente sul americano, africano e asiático
50 euros para os demais continentes
Após 31 de maio:
120 reais para os participantes do continente sul americano, africano e asiático
50 euros para os demais continentes
Conta Corrente para Depósito
Banco do Brasil, Agência 104-X, conta corrente 65.293-8.
Antes de 31 de maio:
70 reais para os participantes do continente sul americano, africano e asiático
50 euros para os demais continentes
Após 31 de maio:
120 reais para os participantes do continente sul americano, africano e asiático
50 euros para os demais continentes
FONTE: UNIMONTES