No último domingo, o programa Fantástico da Rede Globo de Televisão exibiu matéria falando sobre a Análise de Manuais de Instruções de Celulares, um projeto do Departamento de Economia Doméstica e do Inmetro.
REPORTAGEM NA INTEGRA:
Inmetro reprova sete manuais das principais marcas de celular
Você sabe o que é utrac? Slot? E interoperabilidade? Quem já leu um manual desses e entendeu as instruções?
Tem gente que só de ouvir o nome “manual de instruções” já sente arrepios. Parece que o Inmetro descobriu por quê. Todo celular vem com manual de instruções. Logo, deveria ser fácil aprender a mexer e usar todos os recursos do aparelho, mas...
“Não dá para entender”, diz um senhor. “Não encontrei essa informação no manual de instrução”, comenta uma mulher. “A maioria deles não ajuda em nada”, diz um senhor. Essas três pessoas foram voluntárias no teste do Inmetro.
Para avaliar a eficácia dos manuais de sete marcas de celulares, primeiro, os técnicos pediram para os voluntários executarem cada função oferecida pelo celular, seguindo apenas as instruções escritas.
Na média, os voluntários não conseguiram colocar em funcionamento mais de metade das funções. Um segundo teste avaliou a compreensão das figuras apresentadas nos manuais. Em 60% dos casos, os voluntários não entenderam os significados das figuras
“São diversas linhas, tem uns números de lado: um, dois, três, quatro etc., mas não esclarece e não ajuda em nada”, aponta um dos voluntários.
O teste de compreensão dos termos técnicos também não teve um bom resultado: em 61% das situações, as pessoas não entenderam o que as palavras queriam dizer. No último teste, o Inmetro usou como referência um guia internacional que estabelece critérios objetivos para avaliar se um manual de instruções é bem feito ou não.
Segundo o guia, um bom manual não pode, por exemplo, ter frases com mais de 16 palavras nem ilustrações sem legenda, termos técnicos sem definição. Também não pode ter erros gramaticais ou ortográficos.
"Tem que ter um manual para explicar o manual”, diz uma mulher.
Resultado: alguns mais, outros menos. Mas nenhum dos manuais analisados atendeu a todos os parâmetros de qualidade estabelecidos pelo guia internacional.
“Essa norma internacional que nós utilizamos como base para esses ensaios, na verdade, não é obrigatória, mas ficou claro que os aparelhos cujos manuais tiveram maior adequação aos itens, aos requisitos da norma, foram melhor compreendidos pelos usuários”, afirma o engenheiro de análises do Inmetro, Marcos Borges.
O Inmetro considerou que, em todas as avaliações, os índices alcançados foram insuficientes e reprovou todos os manuais. Os fabricantes das marcas LG e Intelbrás disseram que os manuais analisados são de modelos que já não estão mais no mercado. A Motorola e a Alcatel afirmaram que os manuais dos modelos mais novos já adotam várias melhorias sugeridas pelo Inmetro. A Samsung declarou que jamais recebeu reclamações de seus manuais. A Sony-Ericsson e a Nokia discordam da metodologia do teste e não aceitam o resultado.
“A principal providência a ser tomada nesse momento é nós sentarmos com o setor produtivo, ou seja, com esses fabricantes, e delinearmos a elaboração de uma norma brasileira”, afirma o engenheiro de análises do Inmetro, Marcos Borges.
Fonte: UFV
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